DPL: Livros que marcaram minha infância

Confesso com um pouco de vergonha: quando penso na minha infância, me lembro da minha adorada TV à cabo, onde eu via desenhos repetidamente até decorar as falas. Eram todo tipo de desenho: Ursinhos Carinhosos, Tom e Jerry, Looney Tunes, animes diversos (Pokemon! Sailor Moon! Sakura Card Captors!) e tantos outros vistos nas manhãs de Cartoon Network e SBT. Havia também muitos, muitos desenhos da Disney em VHS (dá pra calcular o quanto sou velha) e, no final das contas, credito um pouco da minha imaginação fértil a essa enxurrada de animações.
Eu não era muito ligada em música e o computador ainda estava em uma fase embrionária. Entrar na internet era coisa rara e que logo me aborrecia. Por isso, minha diversão favorita de infância foram os livros!
Como todas as crianças da minha geração, li um bocado de Monteiro Lobato (quando ele ainda não era “politicamente incorreto”) porque a turma do Sítio aparecia sempre no material escolar. Outros nomes constantes na lista de leituras escolares obrigatórias eram Cecília Meireles, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Sylvia Orthof, Elias José, José Paulo Paes, Pedro Bandeira (quem pode esquecer “A Droga da Obediência”?) e Marcos Rey.
Costumava ler cada livro duas vezes, pois o conteúdo deles era cobrado na escola semanalmente. Nos anos iniciais fazíamos atividades mais lúdicas para compartilhar o conteúdo de cada livro, e com o tempo passamos a fazer resumos do que líamos. Nunca vou me esquecer da vez em que tirei uma nota ruim porque escrevi minha resenha em primeira pessoa, quando deveria ser na terceira (mas eu nunca tinha sido avisada disso antes!!!)...
Os clássicos chegavam até mim sempre através de adaptações. Foram vários os livros que, com uma linguagem simplificada e muitas ilustrações, me apresentaram às histórias seculares. Foi esse o caso da maioria dos contos de fada, das fábulas e de Poliana, a menina do jogo do contente.
Para meu pesar, aos 10 anos conheci a série do Cachorrinho Samba, de Maria José Dupré. Naquela época, em nada me agradaram as aventuras caninas, e acredito que o público-alvo destes livros deve ter menos de 10 anos. Mas foi só ao escrever este post que descobri que os livros do cãozinho foram escritos entre os anos 40 e 60!!!!
Lembro-me bem de uma edição de O Menino Maluquinho, do nosso mestre Ziraldo, que era quase uma HQ, tamanha a quantidade de quadrinhos usados para contar a história. Lembro-me de lê-lo na escola e, terminado o tempo da leitura, querer continuar e ver como a história terminaria.
Também sempre fizeram parte da minha vida de leitora (e pretendo escrever um post só sobre isso no futuro) meus adorados gibis. Cheguei ao ponto de ter uma gibiteca super organizada e os números iniciais de algumas revistinhas, como do Peninha, da Margarida e do Pateta, além de diversas edições de colecionador. Era outro caso em que eu lia tudo até decorar o que acontecia em cada história!

Monteiro Lobato certa vez disse que um país é feito de homens e livros. Tive o privilégio de crescer cercada por livros. Devo muito de meu vocabulário e minhas ideias a estes livros. Quem dera todas as crianças se apaixonassem por literatura desde cedo!

Comentários

  1. Eu não li muito quando era mais nova, mas também não era de ficar no computador (até porque eu não tinha hahah), ficava assistindo desenhos. Ursinhos carinhosos é amor né? E Looney Tunes? adorava também.
    Agora com sua frase do final de post, super concordo. Quem dera? se depender dos meus filhos (quando eu tiver) vou colocá-los nesse mundo da leitura, sem dúvidas.
    Beijos
    Lendo & Apreciando

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